sexta-feira, 25 de junho de 2010

A poetiza

Eu gostava como os os labios dela se inclinavam na foto, vermelhos e cínicos, combinando com aquele olhar penetrante que deixa a gente sem jeito.
Antes mesmo de ler eu já sabia.
Conversando com um amigo ,pedi que me falasse mais a respeito dela, todas aquelas informações de praxe e mais um pouco, por favor.
-não sei bem como dizer cara
-como dizer o quê
- não sei explicar, as palavras dela sabe?
- não cara,não sei.
-As palavras dela, são meio sufocantes sabe...
PESADAS.
Foi ai que eu saquei tudo, ele não precisava me contar, eu sabia mesmo antes de ter lido,sabia antes de ele tentar explicar.
As palavras dela tinham peso,eu sabia porque as minhas também tinham.
Ela era intensa
Nada demais,só aquela intensidade difícil de se olhar
Porque é honesta demais
Verdadeira demais
E força a gente a ver o lado mais fraco que todo mundo tem,todos nós gostamos de nos fingir de fortes, mas ninguém gosta quando alguém nos deixa ali, nu, e aponta o que esta errado com a gente.
A poetiza fazia isso o tempo todo.
Fazia tanto que você achava que já tinha montado o quadro todo.
E era ai que ela te surpreendia, por que por mais nus que estejamos todos, sempre tem um pano ou outro que sobrou.
Quando se desmascara a futilidade só sobra à essência, e é ai que a brincadeira começa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário